domingo, 17 de janeiro de 2010
Actroids
A encarnação de L'Eve Future de Villiers de l'Isle-Adam ou Olympia do conto O Homem de Areia de E.T.A. Hoffman. Construídos pela Kokoro, uma empresa japonesa de robótica subsidiária da Sanrio, são actualmente os andróides mais realistas disponíveis no mercado. 46 servomotores, aspecto estranhamente real e uma gama de comportamentos programados criam um elevado nível de interacção. Encarnação pura da teoria do Uncanny Valley, que postula uma curva em sino descendente em que o cruzamento do nível de familiaridade com o realismo de um objecto artificial que simula o vivo vai de um fascínio ao ponto de repulsa.
Quando nos parece tão real como o real esperamos uma série de pistas inconscientes que não estão lá, causando uma sensação de estranheza e repulsão. Um investigador japonês nesta área conta que quando a sua equipa criou um andróide modelado numa criança a sua filha pequena tinha medo de entrar no laboratório. Parece haver um limite intrínseco entre a nossa procurar pelo realismo e a sensação de real que o artificial nos dá. Por outro lado, as sensações de estranheza/fascínio criadas por novas tecnologias têm tendência a esbater-se com as gerações seguintes de pessoas que já nasceram e cresceram rodeadas dessas tecnologias. Foi assim com a imprensa, com a rádio, com a televisão e está a acontecer com a internet, isto pensando em tecnologias ligadas aos media. O que implicará sentir o humano para uma geração futura que cresça familiarizada com máquinas que simulam quase na perfeição o orgânico?
(Mais coisas sobre robótica nipónica aqui: Loving The Machine.)
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