terça-feira, 23 de outubro de 2007

Manual de instruções. "Como falar dos livros que não lemos?"



Título: Como falar dos livros que não lemos?
Autor: Pierre Bayard
Editora: Verso da Kapa
Ano: 2007







"Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!"

(Fernando Pessoa)


Ao começar assim, de forma paradoxal, esta minha humilde participação no Nosso blog, que faz a apologia da leitura e da amizade pela Biblioteca escolar, estarão certamente a pensar que me enganei na morada. Na realidade só aparentemente é que assim é, pois venho apresentar-vos um pequeno Ensaio que nos "ensina a saber ler sem ser necessário ler tudo, considerando por isso que, tanto as não-leituras como as quase-leituras são tão válidas quanto a leitura integral". E assim é de facto, pois se em muitos casos a leitura integral é necessária, já noutros ela se revela pouco útil ou importante; ou seja, o aparente e provocatório incentivo à não-leitura, torna-se assim, uma forma de apelar à leitura com proveito, porque há muitas formas de ler e as quase-leituras podem ser tão válidas como quaisquer outras. E toda a leitura é sempre pessoal e mágica (mesmo que seja uma não-leitura) porque ninguém nos pode substituir na relação dialógica com um livro. Para mim foi uma leitura muito útil porque, certamente, repararam na forma como consegui falar deste livro sem nunca o ter lido. Experimentem também!
Na linha desta reflexão, não resisto a contar-vos uma história à maneira da boa tradição judaica e que é um diálogo entre Albert Einstein e a sua segunda mulher:
«- Albert, querido, toda a gente fala muito acerca dos teus trabalhos científicos, mas eu sinto-me uma ignorante quando confesso que não sei nada acerca dessas teorias. Não te importas de me dar umas explicações?
Responde Einstein:
-'mor, quando te perguntarem alguma coisa sobre isso, dizes simplesmente que sabes tudo acerca das minhas teorias, mas que não podes falar sobre elas porque se trata de um segredo de Estado!» Voilà!

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