quarta-feira, 30 de março de 2011
The Wonderful Future That Never Was
Gregory Benford (2010). The Wonderful Future That Never Was: Flying Cars, Mail Delivery by Parachute, and Other Predictions from the Past (Popular Mechanics Magazine). Nova Iorque: Hearst Books.
Leiam um excerto aqui: TOR Books.
Então e os rocket packs, quando é que os temos? Nesta era dominada pela ciência e tecnologia cada nova descoberta gera inúmeras hipóteses de aplicação. Aquilo que hoje está na crista da onda será amanhã tecnologia esquecida ou predição desesperadamente desactualizada pela passagem do tempo. Coligindo algumas das mais intrigantes predições tecno-científicas dos finais do século XIX aos anos 60 do século XX publicadas na revista Popular Mechanics, esta obra organizada e comentada pelo cientista e escritor de ficção científica Gregory Benford leva-nos a uma viagem intrigante e hilariante com um forte toque de saudosismo utópico. Hoje, rodeados das enormes conquistas da ciência e sempre expectantes do que surgirá num amanhã imediato, podemos sorrir com as predições de outros tempos. Mas é bom ter em mente que as nossas correntes predições serão, no futuro, ideias capazes de despertar um sorriso.
Pois, ainda não tempos rocket packs. Nem carros voadores, não vivemos no fundo dos oceanos, não reconstruímos as nossas cidades de acordo com princípios científicos de organização social, continuamos a utilizar motores de combustão em vez de reactores atómicos nos veículos, não entregamos correio por foguetão, não vivemos em órbita, não temos missões tripuladas a vénus ou marte, não nos deslocamos em dirigíveis gigantes ou aeronaves hipersónicas, não fazemos videochamadas, não irradiamos legumes para crescerem mais viçosos, não construímos casas em aerogel. E porquê? Benford faz notar várias vezes ao longo do livro que o progresso técnico não é tudo; o que leva à adopção e desenvolvimento de uma nova tecnologia tem mais por base imperativos sociais e económicos do que técnicos. As maravilhas da tecnologia tornam-se banais por serem úteis, banalizam-se ao integrarem-se no nosso dia a dia. Por vezes, o que impede uma tecnologia de ser adoptada é puro bom senso. Já imaginaram o que seria uma colisão na auto-estrada com reactores atómicos à mistura? Os boletins de trânsito também falariam de núvens em cogumelo e níveis de radiação nas principais vias...
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