Ray Harryhausen é o grande mestre dos efeitos especiais, engenhoso criador de criaturas incríveis e cenários irreais no seu realismo. Os modernos peritos em efeitos especiais são magos digitais, capazes de conjurar imagens nos ecrãs dos seus computadores. Mas cabe a Georges Méliès a paternidade dos efeitos especiais. Nos primórdios do cinema, quando tudo estava por criar, e as rudimentares cameras captavam imagens do dia a dia que chegavam para assombrar os incautos espectadores do final do século XIX, Méliès atreveu-se a dar passos de gigante, atreveu-se a fazer entrar a fantasia no celulóide.
Dono de um teatro de variedades, Méliès percebeu no incipiente cinema ao mesmo tempo uma ameaça e uma oportunidade de negócio. Méliès adaptou as suas comédias e funambolismos ao cinema, tendo realizado centenas de filmes, dos quais poucos hoje sobrevivem. A importância de Méliès deve-se às técnicas que literalmente inventou para dar mais dinamismo, para aumentar a espectacularidade dos seus filmes: literalmente, inventou os efeitos especiais. São efeitos rudimentares, baseados na interrupção da exposição das câmeras, com alguns efeitos pirotécnicos à mistura. Mas são os primeiros, criados numa época em que as pesadas câmeras não permitiam grandes movimentos e em que a ideia de criar estruturas narrativas cinematográficas ainda estava muito incipiente.
La Voyage dans la Lune, filmado em 1902, fantasia de ficção científica, é a sua obra mais conhecida, um filme curto que pertence à memória colectiva da humanidade.
La Voyage dans la Lune é uma fábula, inocente e infantil, obra seminal que está na origem do cinema de efeitos especiais e do cinema de ficção científica. Mais de cem anos passados sobre a sua estreia, ainda é uma obra que nos apaixona pela sua simplicidade e pelas visões feéricas que evoca.
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