terça-feira, 28 de abril de 2009

A(s) Porta(s) NOVAS!




O ano de 2009 trouxe uma porta nova para o Centro de Recursos... Mais luz e um convite à entrada foram o mote para esta novidade. Por coincidência, também o livro A Porta, escrito pelo nosso patrono, foi reeditado, com uma nova porta... na capa (vejam a imagem)!
Acerca do livro, divulgamos aqui uma mensagem enviada pelo seu autor - José Fanha.
Caras amigas e amigos,

19 anos depois de ter sido editado pela primeira vez acaba de ser posto à venda "A Porta", edição Gailivro.
Gosto de pensar que é o melhor texto que fiz na minha vida.
As ilustrações e grafismo são da Mónica Cid que fez do livro um objecto caloroso que apetece ter na mão.
É daqueles textos que não tem idade aconselhável. Ou melhor, aconselho-o a todos entre os 8 e os 88 anos mas só aos que forem capazes de sonhar e voar através das palavras de uma história.
"A Porta" foi escrita há 20 anos em circunstâncias muito particulares da minha vida pessoal. Um tempo em que não tinha uma casa e em que a minha casa foi a escrita deste livro.
"A Porta" é narrada por um menino que fala do dia em que o pai e a Mãe se mudaram para a casa nova e quando lá chegaram não havia paredes, nem tecto, nem casa. Apenas uma porta.
E recordo o momento em que o menino relata a chegada dos pais à casa nova... Que de casa só tinha a Porta...

"- Aqui não há casa nenhuma! - insistiu a minha mãe.
- Mas há uma porta! - afirmou o meu pai, atravessando-a cheio de simpatia de um lado para o outro- - Se não houvesse, não podíamos entrar nem sair.
Parece-me que ele tinha razão, embora não se percebesse muito bem para que é que servia uma porta que dava para sítio nenhum.
Talvez fosse divertido entrar e sair e sair e entrar por uma porta tão invulgar e sozinha no meio de nada.
Isso era quanto lhe bastava. À minha mãe, não. Sentia-se perdida e ficou, de repente, muito triste.
O meu pai não a podia ver assim.
- Uma porta é um bom começo. O resto arranja-se com facilidade."

Para lá daquela porta, os pais do narrador virão a descobrir um mundo estranho, talvez mágico, talvez diferente do nosso. A pouco e pouco vão conhecendo os vizinhos que vivem do outro lado da porta. São pessoas muito invulgares.
O Grande Espinafre que tem uma horta onde pode plantar tudo, parafusos, macarrão, peixe cozido ou mesmo cenouras.
O engenheiro Francisco Parafuso que tem horror a que as coisas mudem de lugar e procura aparafusar tudo ao tecto, ao chão, às paredes para que nada mude. Chega mesmo a aparafusar os ponteiros ao relógio e os sapatos do pai do narrador ao chão.
Há também a Princesa Princezinha, que vive no mundo dos sonhos e das fábulas, e que sonha, naturalmenmte vir a casar com um Príncipe Encantado quando tiver coragem de atravessar o Bosque de Todos os Medos.
Finalmente temos a Bruxonauta, bruxa falhada que sonha vir a ser astronauta.

Com um abraço amigo,

José Fanha

3 comentários:

Miguel disse...

Uma Biblioteca Escolar deve ter portas transparentes que dêem directamente para os Livros.
O pior é quando não existe uma casa dos livros como o CRPJF ... Isso acontece por muitas escolas espalhadas pelo Mundo.
O que é ter vontade de ler e não ter nada para ler? Não ter Casa nenhuma onde procurar essas palavras que nos abrem para o Mundo.
Outras vezes, as portas da Casa dos Livros são fechadas, opacas não se oferecendo à transparencia que temos quando pegamos nesse objecto que lemos.

Prof. Dália Santos disse...

Muitos pareabéns pelo novo visual do Centro de Recursos... estou muito curiosa para ver ao vivo a "luz nova" que veio iluminar esse magnífico espaço, carregado de sonhos e de promessas!
Que bonita coincidência a reedição de A Porta nesta altura... portas que se abrem! No dia em que, também na minha vida pessoal, se abriu uma nova porta (que dá para uma "casa" cujos alicerces se vão começar a construir), não poderia deixar de vos escrever estas palavras, de me congratular com os vossos sucessos e com a vossa evolução. Envio-vos um forte abraço, através de uma ponte de livros e das novas portas por onde entraremos.
Bem hajam

Centro de Recursos Poeta José Fanha disse...

Agradecemos as vossas simpáticas palavras e estamos de "portas e estantes abertas" para vos receber quando desejarem.
Boas leituras!

Jacqueline